INDÚSTRIA 4.0
Tudo o que você precisa saber!

Estamos vivendo um período de grandes transformações na Indústria. Por meio de tecnologias avançadas, adigitalização chegou ao setor e isso impacta todos os processos dentro da fábrica. As empresas que não seadaptarem a essas novas – e rápidas - mudanças correm um sério risco de ficar para trás.

Debater sobre Indústria 4.0 enquanto essa revolução ainda acontece não é uma tarefa fácil. O termo nuncaesteve tão em alta e não faltam previsões e estudos sobre o assunto. Em meio a uma enxurrada deinformações, é difícil entender qual é o real momento que estamos vivendo e o que faz sentido para aindústria brasileira.

O E-book “Indústria 4.0 – O que você precisa saber” veio para dar uma luz a este desafio. Produzido pela Novidá, nossa intenção foi compilar o que é realmente necessário entender sobre essa era de digitalização.Para isso, analisamos estudos internacionais, pesquisas acadêmicas, reportagens e claro, contamos com aexpertise de nosso time que está diretamente envolvido nesse processo de transformação da indústria.

Assim, explicaremos nesse material o que é Indústria 4.0 e os principais conceitos que a sustentam, qual é o panorama que estamos vivenciando aqui e lá fora, qual é o caminho que vislumbramos para o futuro e como os players desse mercado devem se preparar para surfar nessa onda.

Boa leitura!

O que é Indústria 4.0?

A história da industrialização é marcada por períodos de revoluções, quando grandes acontecimentos alteraram o sistema. A primeira revolução industrial aconteceu há mais de 300 anos como início da mecanização. Já no século XIX, o sistema de produção em série e a energia elétrica impulsionaram a segunda revolução. A terceira veio no fim do século XX, com a era da automação e a implantação dos computadores no chão-de-fábrica.

De forma simples, é a era da digitalização da indústria através da fusão do mundo físico com o virtual. Para sustentar esse conceito, são aplicadas tecnologias como Internet das coisas, big data, computação em nuvem, inteligência artificial, impressão 3D, entre outras.

Finalmente chegamos à quarta revolução industrial, período pelo qual estamos passando atualmente (ou pelo menos é o que a maioria dos especialistas acredita). Se no momento anterior o foco era a automação de máquinas e processos individuais, agora é a hora da digitalização de ponta a ponta de todos os ativos físicos, com sensores incorporados em praticamente todos os componentes dos produtos e equipamentos, propiciando uma completa análise de dados e entendimento em tempo real de cada detalhe da produção.

Por meio delas, formam-se “indústrias inteligentes”, onde máquinas se comunicam ao longo da operação deforma praticamente autônoma. Dispositivos localizados em diferentes unidades da fábrica também “conversam” entre si e permitem alcançar um nível de otimização logística como nunca houve anteriormente.

O conceito não se resume apenas a processos relacionados à produção e distribuição, mas envolve também toda cadeia de valor. A ideia é que os processos estejam todos integrados, do desenvolvimento de novos produtos até o pós-vendas. Mas quais são os benefícios que toda essa tecnologia oferece?

Além de do ganho de produtividade no chão de fábrica, a Indústria 4.0 traz mais agilidade no lançamento de produtos, contribui para a competitividade entre as empresas, aumenta a flexibilidade das linhas de produção, diminui os riscos na operação, permite um melhor aproveitamento de recursos energéticos e muito mais.

Onde estamos?

Apesar do entusiasmo que permeia a Indústria 4.0, não se pode negar que ainda estamos engatinhando nessas transformações. Mesmo os países mais desenvolvidos ainda estão realizando testes e poucas operações podem ser consideradas completamente digitais.

Um estudo da McKinsey feito com fabricantes de diferentes países revelou que apenas 48% deles se consideram prontos para a Indústria 4.0. De fato, alguns fatores são necessários para quem quer colocar esse processo em prática: é preciso entender as mudanças no mercado atentando-se às novas tecnologias, coletar o maior número de dados priorizando os mais importantes e, dessa forma, preparar-se para uma completa transformação digital.

Como você pode perceber, não se trata de uma estratégia simples, que surge da noite para o dia. Para te ajudar a entender essa complexidade, separamos as principais dificuldades que os grandes players do mercado estão enfrentando para a implementação da Indústria 4.0:

1. Coordenação de ações de diferentes setores: muitas empresas ainda não quebraram as barreiras que separam as diferentes áreas do negócio, como produção, logística, TI, vendas, financeiro, etc. Com setores distantes, é difícil implementar um projeto que permeie toda a fábrica.

2. Coragem: Parece algo tolo, mas tomar a iniciativa de aplicar um projeto de Indústria 4.0 exige pulso firme dos gestores. Isso porque trata-se de uma grande transformação na empresa, que por vezes gera custos altos.

3. Profissionais: Por ser um tema ainda muito novo, faltam talentos e cientistas de dados com as habilidades necessárias para colocar essa estratégia em prática. A alternativa seria envolver um parceiro terceirizado, mas muitos gestores ainda não confiam nesses fornecedores, seja também pela falta de cases, por cibersegurança ou pelo fornecimento de dados de valor.

4. Integração de dados: A maioria das aplicações em Indústria 4.0 levanta dados de diferentes fontes. Reunir todas essas informações em um único local é crucial para fazer o processo funcionar corretamente. Porém, essa integração de dados pode ser uma tarefa difícil de se executar. Mas calma! O cenário ainda é extremamente otimista. 90% das empresas esperam aumentar sua competitividade por meio da Indústria 4.0.

E já há um número significativo de casos de sucesso, principalmente nos setores de eficiência energética, otimização de supply chain, controle e monitoramento em tempo real, gestão da qualidade digital e gestão da performance digital, inclusive no Brasil!

É verdade que no Brasil os fabricantes ainda estão dando os primeiros passos na digitalização industrial. Porém, uma pesquisada CNI – Confederação Nacional da Indústria – mostra que 48%das indústrias utiliza pelo menos uma das principais tecnologias digitais na fábrica.

O uso mais comum é de projetos de manufatura por computador(30%) e automação digital com sensores para controle de processos das máquinas (27%).

Ainda há um longo caminho a percorrer (42% das empresas desconhecem a importância das tecnologias digitais, por exemplo), mas as perspectivas são boas, principalmente quando olhamos para as maiores empresas do país, que já demonstram desenvolver tecnologias nesse sentido.

Muitas consultorias têm estimado os impactos da quarta revolução industrial no mundo. De acordo com um outro estudo da McKinsey, por exemplo, até 2025 os processos relacionados à Indústria 4.0 podem reduzir os custos de manutenção de equipamentos em até 40%. A previsão é que a eficiência do trabalho aumente entre 10 a 25% até lá.

Onde chegaremos?

Para quem acha que esse novo panorama vai acabar com os empregos, um estudo feito pelo BCG com foco na Alemanha mostra o contrário: a expectativa é que a Indústria 4.0 gere um aumento de 6% no número de empregos nas fábricas alemãs. O crescimento do número de softwares, conectividade e análises criará oportunidades para profissionais com competência em programação, TI e automação em processos.

No Brasil, as previsões também são grandiosas. De acordo com a Accenture, a implementação de tecnologias ligadas à Internet das Coisas deve impactar o PIB brasileiro em U$39 bilhões até 2030. O ganho pode aumentar para U$210 bilhões se o país criar condições para receber melhor essas tecnologias, como melhoria no ambiente de negócios, na infraestrutura, nos aspectos regulatórios, entre outros fatores.